segunda-feira, 3 de março de 2008

Cachaça e hospitalidade

"Dos efeitos estimulantes ou relaxantes provocados pelo consumo das mais diversas formas e expressões de bebidas até a perda dos sentidos coletivos como fenômeno social, a bebida sempre foi ao longo da história humana elo promotor do ato de sociabilidade entre os homens e membros de diferentes culturas e procedências. A hospitalidade surge exatamente desses laços sociais. As bebidas alcoólicas estão no âmago central de todas as celebrações e ritos sociais desde os primórdios da civilização. O apreço pelos efeitos relaxantes ou estimulantes que elas causam no ser humano fez com que este elemento estivesse presente em rituais das mais distintas naturezas".
Este é um dos trechos de um importante estudo sobre a relação cachaça/hospitalidade, de autoria do Professor Ricardo Anson Mazaro, da Universidade Anhembi Morumbi. Entre os vários autores citados pelo professor está Câmara Cascudo, o mais importante estudioso de nossos costumes:
“É a mais comunitária das bebidas. É a bebida do povo, áspera, rebelada, insubmissa aos
ditames do amável paladar, bebida de 1817, da Independência, a Patriota, cachaça dos negros do Zumbi no quilombo dos Palmares, do desembargador Nunes Machado e de Pedro Ivo, dos Cabanos, cachaça com pólvora dos cartuchos rasgados no dente, na Cisplatina e no Paraguai, tropelias dos Quebra-quilos, do conspirador abolicionista, gritador republicano, bebida-nacional, a Brasileira".
Para acessar o estudo: http://reposcom.portcom.intercom.org.br/dspace/bitstream/1904/19642/1/Ricardo+Anson+Mazaro.pdf

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