quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Concurso Cachaça de Minas - As Premiadas

“Mais uma vez Minas Gerais demonstrou ousadia e capacidade de liderança ao realizar este I Concurso Cachaça de Minas – Medalha Mérito da Qualidade”. Com estas palavras o Secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Gilman Viana, abriu a solenidade de premiação das cachaças participantes. A “ousadia” a que se refere o Secretário, decorre, principalmente, da ação inusitada de realização de um concurso sustentado estritamente em bases técnico-científicas.
A união do setor, representado pela Federação Nacional da Cachaça de Alambique (FENACA), da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (AMPAQ), do Sindicato de Bebidas de Minas Gerais (SINDBEBIDAS) e da Cooperativa Central dos Produtores de Cachaça de Minas Gerais (COOCEN/MG), apoiado por instituições técnicas e científicas reconhecidas nacionalmente ( Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais – CETEC, Fundação Ezequiel Dias – FUNED, Universidade do Estado de Minas Gerais – UEMG, Universidade Federal do Paraná e Universidade Federal de São João del Rei), possibilitou a aproximação do conhecimento acadêmico com o a produção, o que resultou no absoluto sucesso do evento.
O Concurso em si teve como foco principal a motivação de todo o setor produtivo para a busca continuada de conhecimentos que levam à melhoria da qualidade e elevação do patamar tecnológico de nossa cachaça de alambique. Desta forma, todos os participantes foram vencedores.

As Premiadas

CACHAÇA BRANCA/NOVA

1º DIVA - DIVINOPOLIS
2º LUCAS BATISTA - ITABIRITO
3º MONTE ALVÃO - ITATIAIUÇU
4º JACUBA – CORONEL XAVIER CHAVES
5º MANDACARU – JOÃO PINHEIRO

CACHAÇA ENVELHECIDA/ARMAZENADA

1º PIRAPORA - PIRAPORA
2º BRANQUINHA DE MINAS – CLARO DOS POÇÕES
3º ENGENHO DOCE – PASSA QUATRO
4º PRAZER DE MINAS - ESMERALDAS
5º BUENO BRANDÂO – BUENO BRANDÃO

CACHAÇA PREMIUM

1º AUREA CUSTODIO – RIBEIRÃO DAS NEVES
2º TOPAZIO – ENTRE RIOS DE MINAS
3º PRAZER DE MINAS - ESMERALDAS
4º RAINHA DAS GERAIS - CURVELO

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Cachaças de Minas serão premiadas em concurso

No próximo dia 09 de dezembro, no auditório 5 da Universidade UNI-BH, em Belo Horizonte, será divulgado o resultado e serão premiadas as vencedoras do "Concurso Cachaça de Minas 2009 - Medalha Mérito da Qualidade".

52 empresas concorrem com 64 marcas em três categorias: "branca/nova", "armazenada/envelhecida" e "premium". O I Concurso Cachaça de Minas é uma realização da Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA), sob a coordenação da Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ). Foi lançado oficialmente no dia 15 de abril deste ano, no auditório da FAEMG, na presença de produtores e diversas autoridades estaduais e municipais. É o primeiro concurso de cachaças realizado no Brasil tendo por base a Lei Geral das Bebidas Alcoólicas e a Lei da Cachaça de Minas, além de conceitos técnico-científicos aceitos e reconhecidos nas áreas de design, sensorial de degustação. Será realizado anualmente

Criado para identificar as melhores marcas de Minas comercializadas hoje, o Concurso tem como objetivos maiores estimular a produção da cachaça de qualidade, dar conhecimento aos apreciadores dos diferentes tipos de cachaças produzidas no Estado e, ainda, estimular a busca dos conhecimentos técnico-científicos em benefício de toda a cadeia produtiva.

As cachaças em concurso foram analisadas por entidades técnicas de reconhecida capacidade. A análise de "Conformidade de Rótulo" ficou a cargo da Fundação Ezequiel Dias (FUNED) e a de "Design/apresentação" coube à Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). As análises "Sensorial" e "Físico-química" foram realizadas respectivamente pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pela Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Por solicitação específica dos concorrentes foi realizado também o teste de "Degustação", a cargo de consumidores indicados pelo Clube Mineiro da Cachaça.

As amostras foram encaminhadas às instituições para análise em embalagens padronizadas e devidamente codificadas, sendo que a referencia da codificação permanece sob conhecimento exclusivo da Comissão Organizadora.

O Concurso Cachaça de Minas contou ainda com o apoio e a participação do Governo do Estado de Minas Gerais, da Prefeitura de Belo Horizonte, através da Belotur, do SEBRAE/MG, da Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (AMPAQ), da Cooperativa Central dos Produtores de Cachaça de Minas Gerais (COOCEN/MG), do Sindbebidas/MG, do Clube Mineiro da Cachaça, da Universidade Belo Horizonte (UNI-BH), da Distribuidora Savana e da Garrafaria Serra Negra.

AS MARCAS



Branquinha de Minas- Claro dos Poções
Bendita - Cataguases
Jacuba - Coronel Xavier Chaves
Barrosinha - Barroso
Poesia - Munhoz
Mandacaru - João Pinheiro
Bocaiana - Bocaiúva
Coluninha - Coluna
MC da Boa Vista - Barroso
Veredas de Minas - Montes Claros
Diva - Divinopolis
Pirapora - Pirapora
Lucas Batista - Itabirito
Dedo de Prosa - Piranguinho
Velha Serrana - Serro
Beppe - Bueno Brandão
Bueno Brandão - Bueno Brandão
Monte Alvão - Itatiaiuçu
Quebra Canga - Coqueiral
Ladainha - Ladainha
Flor das Gerais - Felixlândia
Da Quinta do Cedro - São Lourenço
Água da Bica - Brumadinho
Aroeirinha - Porto Firme
Velha Aroeira - Porto Firme
Clube Minas - Lagoa Santa
Serra Morena - Belo Vale
Lenda Mineira - Tarumirim
Germana - Nova União -
Severina do Popote - Araçuaí
Chão de Minas - Araçuaí
Camapuã - Entre Rios de Minas
Engenho Doce - Passa Quatro
Topázio - Entre Rios de Minas
Etérea - Entre Rios de Minas
Veio de Minas - João Monlevade
Rainha das Gerais - Curvelo
Século XVIII - Coronel Xavier Chaves
Tombos de Minas - Pedra Dourada
Mata Verde - Pedra Azul
Terra Real - Materlândia
Vira Saia - Amarantina
Colombina - Alvinópolis
Engenheira - Araçuaí
Canônica - Além Paraíba
Áurea Custódio - Ribeirão das Neves
Velha Jacuhy - Jacuí
Embaúba - Jacuí
Jacuhy - Jacuí
Palmeira D´Água - Carandai
Prazer de Minas - Esmeraldas
Freguesia do Carmo - Prata

FICHA TÉCNICA

Resultados e Premiação do "Concurso Cachaça de Minas 2009 - Medalha Mérito da Qualidade".

DIA: 09 de dezembro de 2009

LOCAL: Auditório 5 - Campus Estoril - UNI-BH

ENDEREÇO: Av. Prof. Mário Werneck, 1685 - Estoril - BH/MG

HORA: 19:00 horas

REALIZAÇÃO: Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA)

COORDENAÇÃO: Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ).

EXECUÇÃO: DACAF

INFORMAÇÕES: (31) 3481-5935 - Fenaca

(31) 3468-3084 - Clube Mineiro da Cachaça

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Ministério usará acordo mundial para combater consumo de bebidas alcoólicas

Fim de feriadão para boa parte do país, hoje é dia do sempre trágico balanço da violência nas ruas e estradas. Será contabilizada a morte de dezenas de pessoas. Centenas de feridos lotarão os pronto-socorros dos hospitais públicos e, como a cada semana, o atendimento a eles custará algo em torno de R$ 600 milhões ao Sistema Único de Saúde. A maioria das vítimas será formada por homens jovens, mortos ou feridos em acidentes de trânsito ou brigas ocasionais, em qualquer caso protagonizados por pessoas alcoolizadas. Os novos dramas e números confirmarão o que as autoridades nacionais e internacionais de Saúde já sabem: o brasileiro é um mau bebedor – um “consumidor nocivo de álcool”, segundo a Organização Mundial de Saúde. E, nesta condição, será um dos principais alvos da Convenção Internacional sobre Bebidas Alcoólicas que será votada em janeiro, na Suíça, pelos quase 200 países membros da ONU.

“Os acidentes e as violências, no Brasil, configuram um problema de saúde pública de grande magnitude, que tem provocado forte impacto na morbidade e na mortalidade da população, e a sua relação com o alcoolismo está demonstrada nas mais diferentes pesquisas. Esse não é um problema exclusivo do Brasil, mas um problema que é maior no Brasil”, afirma o doutor Pedro Gabriel Godinho, da Coordenação de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, do Ministério da Saúde.

A OMS estima que 3,7% das pessoas mortas em todo o mundo (6,1% entre homens e 1,1% entre mulheres) foram vítimas de eventos diretamente ligados ao consumo de álcool. Teriam sido 2,3 milhões, em 2002. No Brasil, a proporção está muito acima desta média. Acidentes e agressões somam 12% dos óbitos, segundo o relatório Saúde Brasil divulgado na semana passada. Desses 12%, uma proporção assustadora está relacionada à bebida. No caso de acidentes, estudo realizado em 2005 pela Associação Brasileira de Medicina de Trânsito mostrou que 96% dos motoristas tinham bebido mais do que a lei permite, e 43% deles beberam quantidade três vezes maior do que a permitida. No caso de agressões, o Sistema de Vigilância de Violência e Acidentes do Ministério da Saúde mostrou que 37% das vítimas (44% entre homens) estavam alcoolizadas.

Isso não significa que os brasileiros bebam mais do que qualquer outro povo. Nosso consumo médio anual, de 12 litros por pessoa, é bem menor, por exemplo, do que o dos ingleses, dos franceses e dos alemães, que bebem 15 litros. Mas o fator de risco no Brasil, calculado pela OMS, é maior. Estamos no grupo dos bebedores mais perigosos, ao lado dos russos, afegãos, bolivianos, peruanos, mexicanos, sul-africanos e etíopes. Já os ingleses, franceses e alemãos integram o grupo dos bebedores mais pacíficos, junto com os japoneses e os australianos.

“É uma questão de cultura e de intervenção do Poder Público. Não passa pela cabeça de um japonês ou de um alemão dirigir depois de beber. É o inverso do que ainda acontece por aqui. Numa pesquisa que realizamos com jovens universitários do Rio de Janeiro e de São Paulo, 31% responderam que dirigem mesmo bebendo pouco, 6% disseram que dirigem mesmo bebendo muito e 78% relataram que, na roda de amigos, com freqüência, alguém dirige depois de beber. A Lei Seca já produziu algum efeito porque as pessoas ficaram com medo de serem pegas e sofrerem as penalidades. Mas ainda temos uma longa caminhada para mudar de fato o comportamento”, constata o coordenador do Ministério da Saúde.

A convenção que será votada em janeiro pela OMS já foi aprovada por grande parte dos países membro da Organização, inclusive o Brasil, em reuniões preliminares regionais. Mas ainda encontra resistências pontuais, especialmente dos países produtores de rum, como Cuba e Jamaica, onde a indústria de bebidas tem peso significativo na economia. Mas o doutor Pedro Gabriel destaca que, ao contrário da Convenção sobre o Fumo, que tem meta clara de reduzir o consumo, o acordo internacional sobre as bebidas alcoólicas não proporá que as pessoas deixem de beber, mas que o façam sem se expor e sem expor a sociedade a riscos. Ela tratará principalmente de propaganda, acesso de menores à bebida, preço e sistema de atenção integral aos dependentes.

A informação é da Agência Brasília Confidencial

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Tequila: o outro lado do sucesso

Sucesso internacional da tequila desencadeia problemas sociais e ambientais no México

Henrique Cortez [EcoDebate]

Os países emergentes sempre comemoram as exportações de seus produtos agrícolas e derivados, importantes para a segurança de suas reservas, mas, ao mesmo tempo, sempre omitem os impactos sociais e ambientais desta produção.

O Brasil é um caso amplamente conhecido pelos impactos do agronegócio exportador e suas monoculturas. Agora ficam visíveis os impactos, no México, causados pelo sucesso internacional e conseqüente exportação crescente da tequila.

Um estudo [Geographical indications, terroir, and socioeconomic and ecological sustainability: The case of tequila] da North Carolina State University, mostra que o aumento da popularidade da tequila, nos últimos 15 anos, pode ter sido uma “benção” para a indústria, mas está causando um grande número de problemas sociais e ambientais na região do México, onde a bebida é produzida..

Tequila é destilada a partir da planta agave azul e, de acordo com a legislação mexicana, só pode ser produzida em uma área específica, englobando o estado de Jalisco e partes de outros quatro estados mexicanos. Este tipo de distinção, conhecida como uma “indicação geográfica” (GI), transmite a origem geográfica de um produto, bem como a sua identidade cultural e histórica.

A tequila e outros produtos com indicações geográficas, como o champanhe e vinhos, estão protegidos por um complexo conjunto de organizações, convenções e regulamentos mundiais que definem a produção de um determinado lugar, tornando impossível que sejam terceirizado ou “clonados”.

Mas o novo estudo, com a coautoria da Dra. Sarah Bowen, revela que o GI da tequila não é nem socialmente nem ecologicamente sustentável. Esta é uma avaliação útil para outras regiões da Ásia e das Américas que estão tentando criar GIs para seus produtos.

A indústria da tequila se expandiu consideravelmente desde o início da década de 1990, mais que duplicando a sua produção entre 1995 e 2005. Mas uma série de fatores, incluindo as infestações por pragas e doenças e o fato de que uma planta de agave azul precisa de 6 anos para evoluir do plantio à colheita, têm contribuído significativamente para a instabilidade no fornecimento de agave.

Com o argumento de problemas de fornecimento, juntamente com um aumento da procura, as indústrias começaram a plantar as suas próprias culturas de agave, reduzindo a sua dependência de agricultores independentes. Isto também significa que o agave está, agora, sendo produzido em áreas dentro da GI da tequila, mas que não tinham sido previamente utilizadas para o cultivo do agave.

As novas áreas, plantadas como monoculturas intensivas e extensivas, criaram alterações têm contribuído para a perda de práticas agrícolas tradicionais, tais como a prática da poda do agave para controle de pragas. Em vez disso, a indústria optou por um aumento significativo na utilização de pesticidas e outros produtos químicos.

“Muitas destas alterações estão marginalizando os agricultores e os trabalhadores”, diz Bowen, “minando a base social da região, que depende do agave e da indústria de tequila.” Além disso, o estudo mostra que as normas que definem a produção de tequila não se preocupam em preservar os métodos tradicionais de produção. Como resultado, os recursos sociais e ambientais na Amatitán-Tequila Valley, onde a produção de tequila se originou mais de 400 anos atrás, estão sob ameaça.

A concentração da produção pela monocultura controla da pela indústria está desestabilizando a agricultura familiar, tradicionalmente responsável pela produção do agave.

O estudo é importante porque proporciona um caso de estudo de como a falta de sustentabilidade socioeconômica e ambiental pode criar um ciclo vicioso, em que as questões sociais exacerbam os problemas ambientais e vice-versa. Mas também dá algumas orientações para avançar. Por exemplo, diz Bowen, se um país ou região quiser fazer uma GI com real contribuição para o desenvolvimento rural, com efeitos ambientais de longo prazo, deve se comprometer para que a produção sustentável adote práticas devem ser incorporadas no quadro legal da GI si.

A pesquisa foi coordenada pela Dra. Bowen, da North Carolina State University e a Dra. Ana Valenzuela Zapata, da Universidade de Guadalajara.

O estudo, “Geographical indications, terroir, and socioeconomic and ecological sustainability: The case of tequila,” foi publicado na edição de janeiro do Journal of Rural Studies e está disponível para livre acesso e download. Para acessar o artigo clique aqui.

Abstract

“Geographical indications, terroir, and socioeconomic and ecological sustainability: The case of tequila

Authors: Sarah Bowen, North Carolina State University; Ana Valenzuela Zapata, University of Guadalajara-CUCIENEGA
Published: January 2009, in Journal of Rural Studies

Abstract: In this paper, we use the case of tequila to examine the potential for geographical indications (GIs) to contribute to socioeconomic and environmental sustainability. GIs are place-based names (e.g., Champagne, Roquefort) that convey the geographical origin, as well as the cultural and historical identity, of agricultural products. The GI for tequila was established by the Mexican government in 1974, making it the oldest GI, and one of the best-recognized, outside of Europe. Here, we examine the social, economic, and ecological impacts that the agave–tequila industry has had on one community in tequila’s region of origin, the town of Amatitán. We show that persistent cycles of surplus and shortage of agave and changing production relations in the agave–tequila industry have led to: (1) economic insecurity among farm households;(2) increased use of chemical inputs, at the expense of more labor-intensive cultivation practices; and (3) overall declines in fertilizer application, especially during periods in which there is a surplus of agave. We argue that the negative effects of the agave–tequila industry on the local economy and environment are due to the failure of the GI for tequila to value the ways in which the terroir of tequila’s region of origin have contributed to its specific properties. We conclude by using this case to discuss more generally the relationship between the protection of place-based products (known collectively as geographical indications) and social and environmental sustainability.


[Por Henrique Cortez, do EcoDebate, com informações de Matt Shipman, da North Carolina State University , 13/01/2009]

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Programa de qualificação do melado

No município de Santo Antonio da Patrulha-RS, agricultores familiares, produtores de melado e açúcar mascavo e empresas produtoras de rapadura, se mobilizaram e desenvolveram um processo produtivo da cana-de-açúcar. O objetivo é levar mais qualidade ao produto, seguindo normas que respeitem a legislação ambiental, trabalhista e sanitária.

O programa teve início em julho de 2006, a partir da iniciativa de um conjunto de entidades locais e regionais preocupadas e comprometidas com o desenvolvimento sustentável do Arranjo Produtivo Local da Cana-de-açúcar e seus Derivados, no município de Santo Antônio da Patrulha.

Dois anos depois, nasceu uma linha de produtos com qualidade diferenciada, visando um mercado cada vez mais exigente. Hoje, o programa conta com um selo que destaca os clientes destes produtores rurais, formalizando uma integração entre agricultura familiar e indústria alimentícia aumentando assim, a competitividade destes dois elos desta cadeia produtiva.

Dentro do programa que envolve a cadeia produtiva, inauguram amanhã no município, três engenhos modelos. Estas são as primeiras famílias a fazerem todas as alterações necessárias para se adequar à legislação e oferecer um produto de mais qualidade ao consumidor. Muitas outras propriedades estão no mesmo caminho.

- A gente está fazendo um trabalho de educação com estes pequenos produtores para que eles possam abandonar o sistema antigo e adotar um novo modelo de produção e, com isso, conquistar novos mercados - explica Thiago Camargo, gestor do Sebrae/RS.
(Fonte: Zero Hora)

Cortadores de cana e escravidão

Um grupo de 38 cortadores de cana foi resgatado no município de Campos dos Goytacazes, no norte do Rio de Janeiro, pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel, composto por representantes do Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).



A operação deflagrada no fim de outubro só foi divulgada ontem (9/11). Sem condições de higiene, usando uniformes rasgados e comendo refeições precárias, os trabalhadores estavam vivendo em regime semelhante ao de escravidão, segundo a procuradora do Trabalho Guadalupe Couto.

"Montamos equipes e nos dirigimos para os locais em que havia denúncias de que existiam trabalhadores sendo submetidos a condições análogas às de escravos nos canaviais. Lá nos deparamos com trabalhadores em condições degradantes, executando as atividades sem condições sanitárias, sem o fornecimento de água potável e sem local para fazer as refeições", disse.

Segundo a promotora, os trabalhadores não tinham registro em carteira e eram obrigados a pagar, do próprio bolso, pelos uniformes, equipamentos de proteção individual e instrumentos de trabalho. Os fiscais também encontraram entre os cortadores de cana uma adolescente grávida de três meses.

Na presença dos fiscais, os trabalhadores tiveram suas contas quitadas pela empresa, recebendo todos os direitos trabalhistas, no valor total de R$ 260 mil. Só em danos morais, eles foram indenizados em até R$ 6 mil por pessoa.

A procuradora do Trabalho destacou que nenhum empregado pode trabalhar sem ter a carteira assinada, mesmo que seja temporário.

Para denunciar trabalhadores nesse tipo de situação, o MPT disponibiliziu o seguinte número telefônico: 0800 0221 331. (Fonte: Agência Brasil)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Cachaças Capixabas

Com o objetivo de divulgar a história e a qualidade das cachaças produzidas no Estado do Espírito Santo, o Sebrae no Estado e a Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca lançaram o livro 'Sabores do Espírito Santo: Cachaças Capixabas', juntamente com a Associação Capixaba dos Produtores de Cachaça de Qualidade.
Escrito pela historiadora Patrícia Merlo, a partir de pesquisas e de visitas a produtores de diversos municípios, o livro traz curiosidades, dicas para a degustação, um resgate da história da produção de cachaça no Estado e no País, um guia de cachaças capixabas e uma série de receitas – desde a tradicional caipirinha até pratos com ar sofisticado, como a “banana flambada com cachaça e sorvete de milho verde”.
A idéia para elaborar o livro partiu do empresário Adwalter Menegatti, dono da Cachaça Santa Terezinha. Estudioso dos temas ligados à história, à produção e ao consumo da bebida que é um símbolo do Brasil, Menegatti procurou o Sebrae e apresentou uma pesquisa sobre a produção de cachaça no Estado.
“O Espírito Santo produz cachaças de excelente qualidade, tão boas quanto as de Minas Gerais, por exemplo. As cachaças de Salinas têm uma forte propaganda e nós precisamos também afirmar o nosso valor”, avalia o Superintendente do Sebrae/ES, João Felício Scárdua.
A produção de cachaça no Espírito Santo mantém 5 mil empregos diretos e envolve cerca de 350 alambiques, dos quais somente 120 são empresas formais. Mesmo assim, o Estado possui o maior percentual de formalidade do Brasil nesse segmento, chegando a 35% do número total de empreendimentos .
O Sebrae/ES atende, atualmente, a 90 pequenos produtores de cachaça organizados em associações e cooperativas que estão presentes em praticamente todos os municípios do Estado. O livro “Sabores do Espírito Santo: Cachaças Capixabas” será vendido no Espaço Empreendedor da Instituição, na Avenina Jerônimo Monteiro, 935, Centro, Vitória, ao preço de R$ 20 a unidade. (Fonte: Agência Sebrae)

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Cadastro na Rede Nacional de Turismo Rural já está disponível

Agricultores, donos de hotéis-fazenda, operadores de turismo e agências de viagem já podem participar da Rede Nacional de Turismo Rural, um grande fórum nacional para a troca de informações e o fortalecimento das relações e parcerias entre os envolvidos com o segmento. A Rede foi lançada no último dia 7 durante a VI Feira Nacional da Agricultura Familiar e Reforma Agrária, na Marina da Glória (RJ).

A solenidade teve a participação do Secretário Nacional de Políticas de Turismo, Airton Pereira, e do ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel. O secretário do Ministério do Turismo (MTur) explica que a articulação do segmento era um pedido antigo dos seus representantes.
"Essa articulação é fundamental para que se possa ampliar a quantidade de recursos humanos, materiais ou tecnológicos disponíveis para o desenvolvimento das ações no turismo rural. É necessária para que os empresários, bem como o setor público, possam compartilhar experiências de sucesso ou de fracasso", destaca Pereira.

Além dos debates on-line, o MTur e o MDA promoverão encontros presenciais e virtuais entre os membros do fórum, a fim de fomentar a estruturação da rede. Qualquer pessoa que se interesse pelos temas do Turismo Rural pode se cadastrar. O registro é gratuito, basta ter uma conta de e-mail para a criação do login. Feito isso, o usuário está pronto para navegar na rede.

A página está inserida nas comunidades do Portal da Cidadania, do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que funciona como uma rede social, onde o usuário cria o seu perfil e pode participar de reuniões on-line ou de web conferências. Também é possível incluir documentos, vídeos, notícias e outras informações relacionadas. Além disso, os participantes podem comentar temas em destaque no fórum de debates. A primeira pergunta é: Quais seriam as ações necessárias para alavancarmos o Turismo Rural no Brasil?

A Rede Nacional de Turismo Rural pertencerá aos participantes, sendo o Governo Federal o fomentador inicial, a fim de que sejam respeitados os princípios da autonomia e horizontalidade, essenciais a qualquer rede.

O segmento

O Turismo Rural é compreendido pelo Ministério do Turismo como o conjunto das atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade.

Para o MTur, o meio rural pode ser bem aproveitado para o turismo. Não só as propriedades, como também os atrativos e produtos existentes no campo podem ser uma opção para os turistas e uma oportunidade para os que nele vivem.(FONTE:
Ministério do Turismo).

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Alemanha já é o 3º maior importador mundial de vinho brasileiro

Vinho brasileiro conquista consumidor pela curiosidade

Visto com curiosidade, o vinho brasileiro vai ganhando espaço no mercado europeu com a campanha "Abra e se abra. Abra sua cabeça, abra um vinho do Brasil" e já tem na Alemanha seu terceiro maior comprador mundial. Com um saca-rolhas verde e amarelo e uma campanha que convida os consumidores a provar novos sabores sem preconceito, os vinhos brasileiros vão conquistando prateleiras no mercado europeu. A Alemanha, que era o 7º maior comprador do país em 2007, chegou à terceira posição este ano, atrás de Rússia e Estados Unidos.
Dos oito vinhos levados para o concurso da Anuga, sete foram premiados. Foram duas medalhas de prata e cinco de bronze.
Altos investimentos em tecnologia e melhoramentos ao longo dos últimos 15 anos deram aos vinhos brasileiros cerca de 1.800 prêmios internacionais. Em 2008, foram produzidos 350 milhões de litros, dos quais 3,74 milhões de litros foram exportados.

Abra a sua cabeça

"Abra sua cabeça, abra um vinho do Brasil" é o conceito da campanha institucional para o mercado nacional e internacional do Projeto Setorial Wines from Brazil, realizado em parceria entre o Ibravin e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).
A ideia é "abrir a cabeça das pessoas para experimentar os vinhos brasileiros, e a experiência comprova que a aceitação é consequência direta da degustação sem preconceito dos produtos", diz o diretor-executivo do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Carlos Raimundo Paviani.

Crescimento acelerado

O volume exportado para a Alemanha no ano passado foi 120% superior a 2007, chegando a 271,1 mil litros. As exportações brasileiras saltaram dos US$ 248,2 mil em 2007 para US$ 450,9 mil em 2008. Este ano, só no primeiro semestre o volume exportado superou os 150 mil litros e atingiu um faturamento de US$ 186,3 mil. A expectativa, segundo Paviani, é fechar 2009 com 300 mil litros vendidos para a Alemanha.
O Brasil pega carona em uma tendência positiva para o mercado. De acordo com dados da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), 32% dos vinhos vendidos no mundo são importados. Há dez anos, essa taxa era de apenas 17%. "Como a tendência é de um mercado cada vez mais globalizado, temos que produzir vinhos de padrão internacional para competir até no quintal de casa", destaca Paviani.(FONTE:Deutsche Welle)

terça-feira, 13 de outubro de 2009

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O avanço dos vinhos brasileiros

Do blog do Luis Nassif (http://colunistas.ig.com.br/luisnassif/)

Creio ter sido dos primeiros a escrever sobre o renascimento da indústria gaúcha do vinho. Nenhum mérito gastronômico de minha parte. Apenas fui almoçar com Bernard Mencier, presidente do banco francês CCF e filho de vinhateiros, que me contou sobre o fenômeno.

Foi até Bento Gonçalves com a diretoria do banco, visitaram umas dez adegas e pelo menos cinco tinham padrão internacional. Entre elas, Miolo, Casa Valduga e outras.

Escrevi sobre o tema, deu uma repercussão danada. Cheguei a ser convidado para jurado em um concurso de vinhos em Bento Gonçalves – convite que declinei informando que eu conhecia o Mencier, mas o Mencier era quem conhecia vinhos.

Tempos depois, fui palestrar por lá e aproveitei para conhecer a Miolo. A família plantava uvas. Decidiu produzir vinhos. Os filhos foram enviados para Mendoza, onde aprenderam técnicas de produção, marketing, a caprichar nas embalagens. Depois, a Embrapa ajudou no aprimoramento das modalidades de uva. Mas era uma fabriqueta simples, quase artesanal.

Tempos depois, a Miolo adquiriu terras no Vale do São Francisco e ampliou a produção. A qualidade caiu, mas a produção aumentou. Hoje, notícia nos jornais de que a família Miolo acabou de adquiriu a francesa Almaden.

É o país desabrochando.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Cresce exportação da cachaça mineira

Estados Unidos, França, África do Sul e Alemanha são principais destinos

A receita das exportações mineiras de cachaça, de janeiro a agosto de 2009, teve aumento de 62%, com vendas de US$ 696 mil. No mesmo período, em 2008, as negociações foram de US$ 429,5 mil. Os dados foram divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e analisados pela Superintendência de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).
De acordo com Márcia Aparecida de Paiva Silva, assessora técnica da Superintendência, os principais destinos das exportações mineiras de cachaça foram Estados Unidos, França, África do Sul e Alemanha. Esses países importaram o equivalente a US$ 432,1 mil, US$ 174,9 mil, US$ 71,5 mil e US$ 17,5 mil, respectivamente, explica.
A participação da cachaça mineira nas exportações brasileiras ocupava a sétima colocação no ranking dos Estados exportadores, com a participação de 4%. Em 2009, o Estado subiu duas posições e ultrapassou o Rio Grande do Sul e o Paraná, respondendo por 7% das exportações brasileiras, que alcançaram US$ 10,5 milhões, considerando a bebida industrial e a artesanal.
Segundo a assessora, os principais Estados exportadores da bebida foram São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco e Ceará, que responderam juntos por 82% das exportações brasileiras de cachaça.

Industrial x Artesanal

O crescimento da participação mineira no mercado internacional de cachaça pode ser avaliado se compararmos as exportações de Minas com o movimento, no exterior, do maior Estado exportador, São Paulo”, ressalta a assessora. Ela destaca que, nos meses de agosto de 2009 e 2008, enquanto as exportações paulistas apresentaram decréscimo de 17%, passando de US$ 640 mil para US$ 532,6 mil, as receitas provenientes das exportações de cachaça mineira aumentaram cerca de 15 vezes, passando de US$ 10,7 mil para US$ 157,4 mil.
Márcia Silva ainda observa que, em agosto de 2008, os Estados Unidos responderam pela aquisição total da cachaça de Minas colocada no mercado externo. “Os outros países importadores, principalmente da Europa, não adquiriram a bebida naquele mês porque, em razão da crise mundial, houve retração do mercado. “Além disso, os consumidores migraram para outros tipos de bebidas e houve descontinuidade dos contratos de importação”, observa a assessora.
São Paulo se destaca na produção de cachaça industrial, em larga escala, utilizando destiladores de coluna, com controles automatizados e apresentando características padronizadas quanto ao perfil e sabor. Em Minas predomina a bebida artesanal, no sistema de produção familiar. Neste caso, a cachaça é, geralmente, destilada em alambiques de cobre, envelhecida em tonéis de madeira e a fermentação ocorre de modo natural.(Fonte: jornal Minas Gerais)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Cachaça Poesia ganha premiação em Bruxelas

Bebida artesanal de Munhoz-MG foi a única cachaça a receber a medalha gran ouro na categoria destilados

A Cachaça Poesia, produzida em Munhoz-MG, foi destaque mais uma vez no Concurso Mundial de Bruxelas - Edição Brasil (CMB 2009), uma das mais importantes premiações do mundo em vinhos finos e destilados. Depois de ganhar a prata em 2008, a marca agora recebeu a medalha gran ouro - a premiação mais alta - na categoria destilados.
Para Anselmo Bueno, criador da Cachaça Poesia, a premiação concedida pelo júri do CMB - formado por 6 profissionais internacionais atuantes na Inglaterra, Bélgica, Itália, Alemanha, Japão, Portugal e EUA, além de 15 jornalistas brasileiros especializados - é um importante reconhecimento pelo trabalho realizado desde 2007, quando a cachaça começou a ser comercializada. "É uma honra muito grande saber que, dentre tantas outras, a nossa cachaça foi considerada a melhor do Brasil", comemora o empresário.
Criado em 1994, o Concours Mondial de Bruxelles (na versão original) ganhou sua edição brasileira em 2004. O prêmio nacional é organizado pela revista Vinho Magazine e a Vinopres, empresa que criou a premiação original, na Bélgica.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Turismo e cachaça em Belo Horizonte

A Belotur - Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte - apresenta no próximo dia 13 de setembro, o projeto Cachaçatour - Roteiro da Cachaça Artesanal de Minas Gerais em Belo Horizonte, idealizado e executado pelo Clube Mineiro da Cachaça. O projeto consiste na estruturação de um roteiro turístico que ressalte o processo de produção da cachaça de alambique, bem como a possibilidade de degustação da bebida na Capital mineira, já reconhecida oficialmente como a "Capital dos Bares". O projeto Cachaçatour conta com o apoio das entidades representativas do setor produtivo em Minas Gerais, da Abrasel, do Sindicato de Hotéis e Similares, do Senac, do Sebrae, além de outras entidades.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Cachaça terá audiência pública

No próximo 22 de setembro, terça-feira, às 14:30 horas, no Plenário 6 do Anexo II da Câmara dos Deputados, em Brasilia, será realizada reunião de audiência pública para debater o Projeto de Lei nº 1.187/07, de autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). O projeto dispõe sobre a produção, o comércio, o registro, a padronização, a classificação, o controle, a certificação, a inspeção e fiscalização da cachaça e da aguardente de cana-de-açúcar. Os pequenos produtoress de cachaça de alambique (também chamada artesanal) reivindicam a diferenciação na lei da cachaça de coluna (também chamada industria). Reivindicam, ainda, entre outras coisas, a cobrança do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre o teor alcoólico da bebida, como se faz com os demais destilados na maioria dos países desenvolvidos do mundo.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

BH terá roteiro gastronômico da cachaça

Por iniciativa da Prefeitura de Belo Horizonte, através da Belotur e do Clube Mineiro da Cachaça, será lançado, no próximo dia 13 de setembro, o Roteiro Gastronômico da Cachaça. O projeto tem por objetivo o incremento do turismo na cidade, através do fortalecimento dos estabelecimentos comerciais do ramo, possibilitando geração de emprego e renda. A capital mineira, que já ostenta o título de “Capital dos Bares”, terá um atrativo a mais pra os visitantes, com o apoio das entidades do setor produtivo.
Torna-se a cada dia mais evidente a ligação umbilical entre a cachaça e o turismo. “Cachaça é cultura engarrafada” e, como parte indissociável da vida brasileira, é mola mestra de ações capazes de identificar um município ou região, atrair visitantes, estimular setores afins e se fortalece ligada à indústria que mais cresce no mundo, a indústria do turismo.
A cachaça de alambique de qualidade produzida em Minas Gerais é um produto extremamente versátil, que possibilita o seu consumo sob as mais variadas formas, seja como aperitivo, seja como digestivo, seja em forma de caipirinha ou coquetéis de frutas. Isto sem contar a culinária mineira, onde é utilizada como ingrediente básico e fundamental na preparação de pratos salgados e doces.

Cachaça no Guiness

O colecionador de cachaças, Messias Cavalcante, da cidade de Alfenas, Minas Gerais, acaba de conquistar o certificado do Guiness World Records Ltd, como o maior colecionador de cachaças do mundo. O recordista mineiro possui em sua coleção particular, comprovadamente, 12.800 marcas diferentes de cachaça de todo o Brasil. Parabéns ao Messias.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Cachaça de Minas terá redução no ICMS

Benefício direcionado para quem comercializa os seus produtos por meio de associações e cooperativas.

Os agricultores familiares mineiros terão redução tributária na comercialização de seus produtos por meio de associações e cooperativas. A afirmação foi feita no último dia 16 pelo secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Gilman Viana Rodrigues, durante a abertura da IV Feira da Agricultura Familiar de Minas Gerais (Agriminas), na Serraria Souza Pinto, em Belo Horizonte.

Viana explicou que "está no forno", ou seja, na fase de ajustes, o protocolo para a inclusão dos pequenos produtores no universo de segmentos da economia que já se beneficiam de tratamento tributário diferenciado. Os acertos para a adoção da medida agora dependem da assinatura de um protocolo de intenções envolvendo as secretarias da Fazenda, de Desenvolvimento Econômico, e da Agricultura com a sua vinculada Emater-MG. A proposta é reduzir para 3% o ICMS recolhido às associações e cooperativas que aderirem ao protocolo.

Na situação atual, segundo o secretário, tanto as cooperativas quanto as associações de agricultores familiares estão trabalhando com uma alíquota de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) variando de 7 a 18%.

Formalidade

Ele explicou que o benefício vai garantir para o agricultor familiar o acesso à formalidade. Viana acrescentou ainda que se trata-se de uma situação nova para possibilitar a agregação de valor ao produto da agricultura familiar. O secretário observou que, pelo fato de os agricultores estarem condicionados a participar de uma associação ou cooperativa para se beneficiar da medida, haverá maior motivação para se organizarem e também para buscarem o aprimoramento de suas atividades.

"As pessoas se tornam mais receptivas ao conhecimento quanto existe a perspectiva da obtenção de resultados, melhoria de renda e da qualidade de vida", disse o secretário.

Para o secretário, o conhecimento leva inclusive à constatação de que administrar os custos é cada vez mais importante, e isso ficou claro nos momentos mais difíceis da crise econômica, que começa a dar lugar a boas expectativas com a segurança do crédito.

Viana disse que o governo do Estado faz a sua parte no apoio à agricultura familiar com diversas ações, principalmente ajudando o produtor a reduzir custos. Por intermédio da Secretaria da Agricultura e de suas vinculadas, o produtor recebe assistência técnica gratuita, tem acesso aos resultados da pesquisa, orientação para produzir de acordo com as normas de qualidade e segurança alimentar, e incentivo fiscal.
(Fonte: Diário do Comércio).

Cachaça resgata a Souza Pinto

O melhor e mais glamoroso palco de eventos de Belo Horizonte reabre, em 2009, suas portas para o seu mais tradicional cliente, a cachaça de alambique. Para festejar uma data tão especial, acontece no dia 28 de agosto o encerramento do Projeto Cachaça Gourmet, com um grande festival da cachaça de alambique. Serão doze horas seguidas de cachaça, gastronomina e música, para um público estimado em 5 mil pessoas.
O Projeto Cachaça Gourmet teve início em abril deste ano, com 20 marcas de cachaças de Minas, 12 restaurantes de Belo horizonte com pratos e petiscos da culinária mineira preparada com cachaça, e foi apresentado durante seis meses a um público apreciador das tradições mineiras. A festa de encerramento do Cachaça Gourmet na Serraria Souza Pinto alegra seus milhares de apreciadores e recoloca a cachaça mineira de qualidade no cenário turístico de Belo Horizonte.

Cachaça em Paraty

27° Festival da Pinga e de Produtos da Cultura Caiçara reúne música, folclore e gastronomia no Centro Histórico de Paraty


O tradicional Festival da Pinga e de Produtos da Cultura Caiçara chega a sua 27º edição, entre os dias 20 e 23 de agosto, em Paraty, na Costa Verde fluminense. Programações musicais, folclóricas, infantis e gastronômicas fazem parte da programação, que promove uma verdadeira imersão dos visitantes na cultura caiçara.

As atrações deste ano foram escolhidas para evidenciar elementos da cultura local. As tardes no centro histórico serão embaladas por shows gratuitos de choro, samba e mpb. A programação noturna tem como destaques a banda TrioVirgulino (20/08); Antônio Nóbrega (21/08); Almir Sater (22/08) e o grupo Pimenta do Reino (23/08).

A folia gastronômica vai além. Pratos típicos, como a comida de tropeiro, frutos do mar e o tradicional camarão casadinho são destaques no cardápio, que pode ser harmonizado com cachaças dos produtores locais. Os visitantes também levam de brinde miniaturas das cachaças.

A grande novidade deste ano é o envolvimento de todos os 07 alambiques da cidade, que estarão abertos para visitação. E, nesta edição do festival, Paraty ganha mais um rótulo: a Cachaça Mulatinha, lançamento do alambique Paratiana.

Um desfile temático, encenando os tempos de engenho, escravos e tropeiros, acontece nos dias 20 e 21, em comemoração ao Dia do Caminho do Ouro - 21 de agosto. O desfile acontece nas ruas do Centro Histórico, ao som das marchinhas da banda local Santa Cecília. Melados e pedacinhos de cana de açúcar serão distribuídos para os visitantes degustarem. E a beleza caiçara também chegará às passarelas. No dia 20, quinta-feira, 7 meninas, cada uma representando um alambique, concorrem ao título de Rainha Caiçara.

As crianças também têm destaque na programação. A cenografia do festival será incrementada com elementos da cultura caiçara, tornando a festa ainda mais atrativa e colorida para as famílias. O trabalho está sendo feito em parceria com a ONG local Casa Azul. O centro histórico ganhará uma mini-vila caiçara, onde serão resgatadas as cantigas de roda brincadeiras com fantoches e cordas. A atividade também terá caráter educativo, explorando a problemática do alcoolismo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Cachaça Gourmet na Oca dos Tapuias

Um espaço amplo, bem arejado, com decoração inspirada em motivos indígenas, um cardápio especial da comida brasileira, é lá, na Oca dos Tapuias, que acontece o Cachaça Gourmet da próxima terça-feira, dia 11.
20 marcas de cachaças de Minas para degustação e preparação de coquetéis, entrada, sobremesa, água e refrigerantes. E, como prato principal, “Javali à moda Tapuia” preparado com cachaça. Tudo ao preço de R$ 25 por pessoa. Imperdível. A Oca dos Tapuias fica no bairro Floresta, na Av. Francisco Sales, nº 120.
E tem mais: nesse dia, o público do Cachaça Gourmet vai conhecer o Bar de Papo, com o “Cabaret da Loucura”.

CABARET DA LOUCURA – BAR DE PAPO

Após dois anos de trabalho, divididos entre elaboração, pesquisa, montagem, produção e execução do primeiro projeto aprovado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e para coroar os mais de quatro anos de existência do Bar de Papo, é com imenso prazer que desfilamos nosso “Cabaret” de bizarrices públicas e privadas.
O Bar de Papo é um projeto idealizado pelo ator Cleo Magalhães desde 2005. Hoje, no elenco fixo, também o ator Gabriel Castro. Para realizar esse “Cabaret” contamos com a participação especial das atrizes Patrícia Diniz e Mariana Blanco. Esta última assume a produção executiva do evento. Esses artistas ainda integram o coletivo Teatro 171 e nada mais natural que convidar parceiros de outras jornadas para dividir novos projetos. É o caso da atriz Marina Vianna que, depois de alguns elogiados trabalhos na área de dramaturgia, em espetáculos como “Máquina de Pinball”, indicado ao prêmio Usiminas Sinparc/2009, assina a dramaturgia desse “Cabaret”. Também Marina Arthuzzi, de premiados projetos como “Quando o Peixe Salta” (2006), prêmio Usiminas Sinparc de melhor espetáculo do ano, direção, ator revelação para Cleo Magalhães e atriz coadjuvante para Marina Vianna e “Av. Pindorama 171” (2009), vencedora do 9º Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, o Centro Cultural do Grupo Galpão.


FICHA TÉCNICA

Direção: Docimar Moreyra.
Dramaturgia: Marina Vianna.
Elenco: Cleo Magalhães e Gabriel Castro.
Participações Especiais: Mariana Blanco e Patrícia Diniz.
Arranjos musicais e composições: Tatá Santana.
Cenografia e Figurino: Cleo Magalhães e Gabriel Castro.
Light Designer: Marina Arthuzzi.
Designer Gráfico: Fernando Alves.
Produção Geral: Bar de Papo.
Produção Executiva: Mariana Blanco.
Gestão Financeira: Cris Lima.

Dia: 11/08
Hora: a partir das 19:30h
Local: Restaurante Oca dos Tapuias – Projeto Cachaça Gourmet 2009
Av, Francisco Sales, 120 – Belo Horizonte – MG - Fone: 2551-1525
www.bardepapo.com.br

Reservas pelo telefone: (31) 3468-3084 (Clube Mineiro da Cachaça).

Câmara dos Deputados vai debater a cachaça

A Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados vai promover uma audiência pública para debater os rumos da produção de cachaça no Brasil. Os deputados aprovaram na última quarta-feira(5/8) o requerimento 427/2009, para tratar do Projeto de Lei 1.187/2007. O projeto de autoria do deputado Valdir Colatto (PMDB/SC) trata da produção, comércio, registro, padronização, classificação, controle, certificação, inspeção e fiscalização da cachaça de aguardente de cana-de-açúcar. A data da audiência ainda não foi definida pela Comissão.
De acordo com Colatto, autor do requerimento aprovado, o Brasil precisa dar um certificado à cachaça para que ela seja reconhecida como uma bebida genuinamente brasileira. “O objetivo é fazer com a cachaça o que os franceses fizeram com o champagne. Quereremos transformar a cachaça em produto brasileiro para exportação, frisou.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Bahia terá centro tecnológico da cachaça

Vitória da Conquista foi escolhida como sede pelo seu potencial econômico

Desde a década de 90 os produtores de cachaça da Bahia vêm lutando contra todos os obstáculos para melhorar a qualidade do produto e ampliar os mercados, inclusive no Exterior. Depois de muitos debates e reuniões com entidades, técnicos e órgãos do governo, a proposta de criação do primeiro Centro de Tecnologia e Negócios de Derivados de Cachaça da Bahia deverá ser concretizada até o final do ano, com sede em Vitória da Conquista.

A indicação da unidade tecnológica para oferecer suporte e assessoramento aos produtores, especialmente do sudoeste do Estado, ficou definida em reunião no dia 28 de julho, nas instalações do Instituto Federal de Educação Tecnológica de Conquista (antigo Cefet), entre produtores, representantes do Sebrae, do Instituto Euvaldo Lodi, , do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado.

Dentro do projeto ‘Produzir’, da Secretaria de Ciência e Tecnologia, os parceiros discutiram detalhes e procedimentos do programa para implantação do novo centro, que irá passar informações e conhecimentos necessários para que os produtores possam melhorar a qualidade da cachaça através da aprendizagem de novas técnicas de industrialização. A área comercial, visando a conquista de novos mercados, também será reforçada a partir da unidade que irá funcionar nas dependências do Infet/Conquista.

Trata-se de uma unidade de difusão de conhecimento de derivados de cachaça para todo Estado – explicou o representante da Secretaria de Ciência e Tecnologia, Djalma Barbosa. A localização do centro recaiu em Conquista pelo seu potencial econômico como rede de distribuição, contando ainda com a vantagem de ser um pólo de desenvolvimento da região sudoeste da Bahia, onde está concentrada grande parte da produção de cachaça do Estado, conforme análise dos técnicos e produtores.

O centro vai envolver todos os derivados da cana-de-açúcar, como a cachaça, rapadura e outros produtos, e contará com uma gestão executiva para coordenar os trabalhos de acompanhamento dos produtores no processo de industrialização e incremento de seus negócios. A idéia do centro é justamente criar condições para o crescimento do setor, que vem encontrando uma série de dificuldades, como a obtenção do selo de qualidade e a concorrência desleal por parte dos clandestinos.

De acordo com Júlio Chompanis, coordenador do Programa de Desenvolvimento das Atividades Empresariais do BID, o centro irá beneficiar inicialmente um universo de 300 produtores formais e informais do sudoeste baiano, abrangendo as regiões de Abaira (Jussiape, Piatã e Mucugê), Caetité e Caculé, Rio de Contas e Livramento de Nossa Senhora, Piripá, no Vale do Rio Gavião, e Itarantim.

Os últimos detalhes para a instalação do centro serão debatidos numa próxima reunião, mas ficou decido que a unidade começará a funcionar ainda neste ano. A aquisição de equipamentos para o projeto será feita pelos parceiros. O centro, que terá um executivo representante, será mantido pelas associações e cooperativas.

Impostos e concorrência


As maiores dificuldades, mesmo com todas as estratégias mercadológicas montadas pelos produtores e parceiros envolvidos com a fabricação de cachaça, têm sido a alta tributação do IPI (mais de 80%) e a pesada concorrência da indústria de outros destilados, como vinhos, uísques e fermentados. A própria Cachaça Industrial ou de Coluna paga menos impostos e apresenta preços mais baixos.

A saída para esses entraves recomendada por Paulo Mesquita, do Sebrae/Bahia, é a participação cada vez mais intensa em feiras e eventos, bem como a realização de ações promocionais e campanhas e divulgação na área de marketing que gerem novos negócios.

De acordo com levantamentos do setor, o volume de produção na Bahia é superior a cinco milhões de litros por ano (no Brasil, cerca de 1,3 bilhão de litros). Mas somente 350 a 500 mil litros no Estado da Bahia são de alambiques legalizados. A cachaça de qualidade enfrenta a competitividade do produto clandestino e o preconceito do público consumidor que prefere a vodka e o uísque.

Além do mercado interno, que absorve a maior parte da produção, outra saída é a conquista do comércio exterior. Nessa área a cachaça de Abaira já deu o primeiro passo com a venda, em março do ano passado, de um lote de 21 mil garrafas para a Itália. Há a expectativa de que mais 80 mil litros sejam embarcados para a Itália em 2009, como informou Nelson Luz Pereira, membro da Cooperativa dos Produtores Associados de Cana e seus Derivados na Microrregião de Abaira (Coopama) e chefe do escritório local da EBDA. Outra cachaça exportada pela Bahia é a Serra das Almas, de Rio de Contas.

Há quatro anos no mercado, a cachaça Engenho Bahia, do município de Ibirataia (extremo sul baiano), foi a primeira do Estado a receber a certificação do Inmetro. No Brasil apenas 28 marcas dispõem desse selo, nos estados do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo e Bahia.

Tanto Josafar Rebouças, diretor de Vendas da Engenho Bahia, como o produtor Nelson Luz, de Abaira, afirmam que, apesar dos problemas, a venda da cachaça tem crescido nos mercados interno e externo, bem como tem melhorado sua participação em feiras e eventos, como na Feira Coopmac-Sebrae no início do ano, em Conquista.

Além da questão da tributação, Nelson se queixa da burocratização para a Cooperativa de Abaira conseguir o selo – “mesmo com o cumprimento de todas as normas trabalhistas e da legislação”. De acordo com Nelson Luz, a região de Abaira produz hoje cerca de 150 mil litros por ano de cachaça engarrafada, que é vendida pela Cooperativa a R$10,00 a unidade. A entidade vai produzir também açúcar mascavo e cristal, entre outros derivados.

Em Rio de Contas funcionam dois alambiques, a Tombad’ Ouro e Serra das Almas. Só a Tombad’Ouro produz 10 mil litros por ano, destinados ao mercado interno. Mas o produtor da unidade, Luis Carlos Farias, garante que o sonho é conquistar o mercado externo.

Outras marcas baianas que estão lutando pelo mercado são a Matinha (Piripá) e a Taquaril (Licínio de Almeida), da Cooperativa de Produtores de Derivados de Cana do Vale do Rio Gavião (Coodecana). Segundo o presidente da entidade, Jurandir Costa Viana, as duas fábricas produzem por ano cerca de 180 mil litros.

O Brasil possui cerca de 40 mil produtores de cachaça, sendo que mil fazem a chamada aguardente, ou a cachaça industrial. Os demais são produtores de cachaça de alambique, segundo a Federação Nacional de Produtores de Cachaça de Alambique.

A informalidade no País é estimada em mais de 90%. Na Bahia, o segundo Estado produtor depois de Minas Gerais, esse índice não é diferente. Existem no Estado cerca de sete mil pontos de produção, sendo 40 formais e apenas 15 de excelência. O imposto da cachaça no Brasil é definido pelo valor do produto no mercado. Uma boa cachaça chega ao ponto de venda pagando até 83% em tributos. O produtor que faz uma bebida com maior valor agregado acaba pagando três vezes mais de imposto que a indústria.(Fonte: Agência Sebrae)

terça-feira, 28 de julho de 2009

Tecnólogo na praça

O Instituto Federal de Educação (Ifet) acaba de formar a segunda turma do inédito curso superior de Tecnólogo de Produção de Cachaça, em seu campus na cidade de Salinas, no Norte de Minas.

Brasil é líder em produtividade agropecuária

A produtividade foi a principal responsável pelo crescimento da agropecuária brasileira entre 1975 e 2008. A conclusão é de um estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que também revela que as inovações tecnológicas decorrentes da pesquisa foram o principal fator que contribuiu para a posição de destaque do Brasil na produção de alimentos. O crescimento da eficiência produtiva do Brasil é o maior entre os países que aparecem no estudo.

A taxa de crescimento da produtividade que coloca o Brasil na liderança é de 3,66% ao ano, de acordo com o coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, um dos autores da pesquisa. Em segundo lugar, fica a China, com crescimento de 3,2%, seguida pela Austrália (2,12%) e Estados Unidos (1,95%).

O melhoramento genético e a introdução de novas cultivares permitiram maior produtividade em lavouras como as de soja, milho, café e cana-de-açúcar. As inovações também foram significativas nas carnes, frutas e hortaliças. Segundo Gasques, o desempenho é resultado dos investimentos na pesquisa agropecuária. A produtividade da cana, por exemplo, passou de 49 para 80 toneladas por hectare no período de dez anos. Em outras lavouras como a do café, houve ganhos em qualidade.

E a cachaça?

Com todo esse avanço já alcançado pelo Brasil na agropecuária, já não é o momento de se trabalhar outros produtos? E a cachaça?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Minas tem cachaças certificadas

Subiu para 64 o número de cachaçarias mineiras que obtiveram o selo da Certificação da Cachaça Artesanal de Alambique oferecido pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Outros dez empreendimentos estão em processo de certificação. Minas possui hoje 104 marcas de cachaças certificadas. Até o fim do ano passado, apenas dez produtores tinham o selo e 54 estavam em processo de certificação. A expectativa do IMA é de que, até o fim deste ano, 100 cachaçarias obtenham o selo.

O diretor-geral do IMA, Altino Rodrigues Neto, avaliou que a evolução do processo de certificação demonstra a preocupação do produtor na valorização da sua bebida. "Hoje o produtor entende que a certificação agrega valor e abre as portas para o mercado internacional. É um investimento", explicou.

Para o presidente da Cooperativa Central dos Produtores de Cachaça de Alambique de Minas, Trajano Raul de Lima, a certificação é um comprovante de que a cachaça é realmente artesanal. "O selo atesta que o produto foi realmente produzido de maneira artesanal", ressaltou.

Qualidade

O proprietário da cachaça Terra Forte, Ronaldo Vasconcelos, é um dos produtores mineiros que possuem o selo.
Ele procurou o programa de certificação por perceber a seriedade com que o IMA tem desenvolvido a atividade. "Percebi que a fiscalização e as auditorias são realmente sérias e isso influencia na qualidade do produto. Após obter a certificação, meu produto teve mais aceitação no mercado e o aumento das vendas chegou a 30%", observou.

Vasconcelos seguiu o exemplo do produtor Geraldo Maia da Silva, de Divinópolis, no Centro-Oeste mineiro, que produz a Ferrador, primeira cachaça artesanal de origem orgânica a obter o selo, em 2005. Além de agregar valor ao produto, o programa abriu portas para intensificar a comercialização, inclusive no mercado internacional.

Uma antiga variedade de cana-de-açúcar, adubos orgânicos, aliados à estrutura sólida de uma empresa familiar e o cuidado da produção em pequena escala são alguns dos ingredientes que garantiram o sucesso do produto. A garrafa custa R$ 70, quase três vezes superior ao valor comercializado antes da certificação, e já conta com uma clientela fiel espalhada pelo Brasil e por outros países, como Argentina, China, México, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos.

O programa de certificação do IMA engloba somente produtores de cachaça produzida artesanalmente, com fermento natural e destilada em alambique de cobre.

Minas Gerais é o principal produtor nacional de cachaça artesanal, com quase 50% do total. São 8.466 alambiques e uma produção de cachaça que alcança 230 milhões de litros por ano. A atividade movimenta R$1,3 bilhão só com o mercado interno, gerando cerca de 240 mil empregos.(Fonte: Diário do Cmércio)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

VIII Festival da Cachaça movimenta Salinas

Evento terá palestras, degustações, vendas e shows

Expressão de tradição brasileira e mineira, a cachaça ganha no próximo final de semana atenção especial em Salinas, MG. Trata-se do VIII Festival da Cachaça, que acontecerá entre os próximos dias 17 e 19. A cidade é conhecida em todo o Brasil como um dos polos de produtores de cachaças de alambique de qualidade.

O Festival, contará com 44 expositores, que promovem degustação e venda de suas bebidas, com objetivo expor a cachaça mineira e, consequentemente, movimentar o turismo em Salinas. Para garantir a qualidade do evento e das cachaças apresentadas, o Governo do Estado de Minas Gerais, por meio da Emater (Empresa de Assistência Técnica e Expansão Rural de Minas Gerais), tem desenvolvido junto aos produtores da bebida programas de orientação, que abrangem desde a fase do plantio da cana-de-açúcar, matéria-prima da cachaça, até os meios de comercialização no mercado interno e externo.

Produzida em alambiques por meio da destilação da garapa fermentada da cana-de-açúcar, a cachaça é produzida em Minas Gerais de modo artesanal, o que a torna preferência entre os degustadores. Atualmente, o estado conta com mais de 500 marcas registradas, um importante fator para o giro de capital nas diversas cidades do interior de Minas nas quais é produzida.

As apresentações não se restringem aos dias do Festival. No dia 16, antes da abertura oficial do evento, palestras sobre marketing, ações de venda e sustentabilidade no plantio da cana serão feitas aos produtores, a fim de otimizar não só as vendas, mas também a produção, dando atenção especial às questões ambientais envolvidas no processo.

O Festival ainda contará, no dia 18, com o Roteiro Turístico de Negócios da Cachaça, quando os visitantes terão a oportunidade de conhecer melhor os principais locais onde a bebida é produzida. Ainda no Festival serão realizados, em todas as noites, shows com bandas da região.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Mérito da Qualidade

O Concurso Cachaça de Minas – Medalha Mérito da Qualidade -, promovido pela FENACA sob a coordenação da Universidade Federal de São João del-Rei, promete ser um marco nacional no contexto da qualidade da cachaça de alambique. O modelo criado pela FENACA para a realização do Concurso, em que a sustentação da escolha das premiadas se dá por avaliações técnicas criteriosas, vem despertando interesse de outros estados. Já foram feitas sondagens sobre a possibilidade de sua utilização em concursos no sul e no nordeste. Acredita-se que, dada a receptividade, em breve se terá a disseminação do mesmo em todo o país.
Em Minas a AMPAQ, fortalecendo a sua parceria com a FENACA e consolidando seu apoio ao Concurso, firmou acordo para facilitar as inscrições de seus associados. A AMPAQ tem como foco maior de sua atuação a indução constante da melhoria da qualidade das cachaças produzidas por seus associados e, desta forma, percebe a perfeita sintonia com o objetivo do Concurso, que visa a melhoria da qualidade da cachaça ao longo de toda a cadeia produtiva. Os sócios terão suas inscrições facilitadas, via AMPAQ. Mais informações podem ser obtidas no endereço: ampaq@ampaq.com.br

Unidos beberemos!

É com imenso prazer que registramos a Edição Extra do jornal Pinga nos iiiiiiii, da Confraria do Copo Furado, do Rio de Janeiro. O Jornal trata, principalmente, do II Congresso Brasileiro da Cachaça, realizado no último mês de maio, em Salvador (BA).
Parabenizamos os abnegados colegas da Confraria por seu brilhante trabalho.
Entre os diversos temas abordados pelo jornal a respeito do II Congresso, está a questão do “embate” entre a Cachaça de Alambique e a Cachaça Industrial. O Clube Mineiro da Cachaça entende que este embate é absolutamente desnecessário. Acreditamos que devemos continuar enaltecendo as qualidades da nossa cachaça de alambique, que possui características próprias. Assim como o seu similar, que possui também características próprias. São produtos diferentes, embora a legislação brasileira insista em mantê-los sob um mesmo arcabouço legal. Uma questão que esperamos em breve ver solucionada.
Mas é importante notar que apenas a cachaça de alambique tem conseguido unir apreciadores das mais variadas origens e matizes intelectuais, em todo o país, ao redor deste produto, como a própria Confraria do Copo Furado é um grande e brilhante exemplo. Não temos conhecimento da existência de associações de apreciadores em torno do similar nacional.
Quem desejar receber por e-mail a edição extra do Jornal PINGA nos iiiii, da Confraria, solicite pelo endereço: cmc@clubemineirodacachaca.com.br que degustaremos o prazer de enviar.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Receita apreende bebidas

Fiscais visitaram 14 empresas em Belém atrás de sonegadores

Fiscais da Receita Federal apreenderam no final de maio 30 mil garrafas de vodka, coquetel, sangria e cachaça, além de quatro caixas de uísque que estavam sendo comercializados sem o selo de controle de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A operação 'Água Ardente', percorreu 14 estabelecimentos da Região Metropolitana de Belém, sendo que 13 apresentavam a irregularidade. Todo o material recolhido tem valor aproximado de R$ 200 mil, mas somados aos impostos e multas cabíveis o valor apreendido chega a R$ 500 mil.

Os proprietários dos estabelecimento onde foram encontradas irregularidades terão muita dor de cabeça com o Fisco. No casos dos que vendiam material sem selo fiscal, a multa corresponde a 50% do valor do produto comercializado. Já para os que possuiam selo falso, a multa é de R$ 5 por unidade do produto. Nos dois casos, os comerciantes terão, ainda, que pagar o IPI que estava sendo sonegado além de multa de 75% correspondente ao imposto. 'Além da perda do produto', destacou Maria Helena Coutinho Ponte, delegada da Receita Federal em Belém.

Os produtos apreendidos foram levados ao depósito da Receita. A cachaça deverá ser jogada fora, enquanto o restante passará por procedimentos administrativos e deverá ir à leilão. O preço médio de cada garrafa de uísque recolhida ontem pela Receita é de R$ 60. 'Normalmente os bens apreendidos pelo órgão são doados. Mas em casos como esse, em que estamos tratando de bebidas alcoólicas, eles vão a leilão ou então são destruídos', revelou.

A operação 'Água Ardente' teve a colaboração da Aeronáutica, que emprestou três caminhões para transportar os produtos apreendidos, e da CTbel, Companhia de Transportes do Município de Belém, que ajudou a controlar o trânsito próximo aos locais fiscalizados. A operação percorreu fábricas, depósitos de bebidas e estabelecimentos comerciais.

Desde 2005, passou a ser crime o comércio, armazenagem e a venda de bebida sem o selo, em diversos tipos de bebidas. De acordo com os fiscais, não se trata de bebidas falsificadas ou com qualquer outro tipo de adulteração. O selo é garantia do controle dos produtos e do pagamento de impostos devidos. A falta do selo de controle indica que o produto está irregular no que diz respeito a pagamento de impostos. Entretanto, cada caso deverá ser analisado. Alguns tipos de bebidas, como vinho e cerveja, por exemplo, não precisam do selo. A obrigatoriedade é para as bebidas destiladas como cachaça, uísque e vodka.

Em um dos atacadistas, localizado na área do Entroncamento, os fiscais chegaram a retirar todas as garrafas da bebida 'Cantina da Serra' das prateleiras, que por muitos é chamada de 'vinho'. Entretanto, em seu rótulo, está especificado 'sangria' - uma mistura de vinho com suco. Os fiscais da Receita informaram que aquela bebida deveria ter o selo do IPI, já que não era um vinho de fato. O coordenador de Marketing da marca, Marcos Barros, disse que a 'sangria' Cantina da Serra está amparada judicialmente, já que é um produto equiparado ao vinho, ou seja, não precisa do selo de controle. 'Mas todos os nossos impostos são pagos normalmente', frisou.

Para o chefe da Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da Receita, Luciano Almeida Carinhanha, o resultado da operação já era previsto. Foram apreendidos 30 mil garrafas de bebidas nacionais e quatro caixas de uísque, no valor total de R$ 200 mil. 'Nós recebemos a denúncia e foi feito um levantamento, que constatou a comercialização de mercadoria sem o selo do IPI'.

O auditor fiscal da Receita, José Renato Gomes, explica que a alíquota do IPI para bebida alcoólica é alta por não se tratar de produto essencial. No caso da cachaça, o IPI corresponde a 60% do valor do produto. 'Para o uísque esse percentual é bem maior. Muito diferente do que acontece com o leite, onde não é cobrado IPI porque trata-se de produto essencial', destacou.

A operação 'Água Ardente' durou o dia todo. Ela foi desencadeada apenas na Região Metropolitana de Belém. A Receita não descarta, no entanto, a possibilidade de organizar um ação parecida em outros locais.(Fonte: Jornal O Liberal - PA).

terça-feira, 9 de junho de 2009

Cachaça acima da média

Quem ainda não conhece, precisa conhecer. As cachaças do Médio Paraopeba, região de Minas Gerais próxima a Belo Horizonte, chamam a atenção pela qualidade superior. É só provar para comprovar. Entre as que mais se destacam estão: Rainha do Vale, Serra Morena e Gavião do Vale, de Belo Vale; Rainha de Macaúbas, Flor da Macaúbas e Macaubana, de Bonfim; Água da Bica, Boa Vitória, Segredo do Patriarca, Saideira e Brumado Velho, de Brumadinho. A região prepara-se para obter a indicação de procedência para suas cachaças.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

A Cachaça de Alambique hoje

Palestra proferida por Murilo Albernaz, presidente da Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA), por ocasião da abertura do II Congresso Brasileiro da Cachaça (II CONBRAC), em Salvador (BA), em 20/05/09.

Primeira capital brasileira e capital brasileira por mais de 250 anos.
Terra de São Salvador.
Terra de Castro Alves, Rui Barbosa e outros grandes expoentes da arte e da cultura.
Berço da Cachaça de Alambique e, neste exato momento, Salvador é a Capital da Cachaça de Alambique do País, ao realizar o II Congresso Brasileiro da Cachaça.
A história da cachaça, o empreendedorismo, a agricultura familiar, o processo produtivo, o envelhecimento, a questão ambiental e a responsabilidade social, a certificação e o mercado externo, a produção comparada com outros destilados de qualidade no mundo,
Compõem o universo deste Congresso que, certamente, será referência para produtores, técnicos, cientistas e consumidores, colocando a cachaça em um patamar mais elevado.
É de amplo conhecimento que a cachaça de alambique – um produto de quase 500 anos de história – tem como um dos marcos de sua trajetória a criação da primeira associação de produtores – a Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade (AMPAQ).
A AMPAQ representou, com sua criação, uma reviravolta nos rumos de nossa bebida nacional, ao unir produtores que resolveram tomar sua própria história nas mãos, traçar caminhos, apontar rumos. Foi a principal responsável pela criação de outras associações no país e esteve presente em seus principais acontecimentos.
É talvez, ainda hoje, a mais estruturada associação de produtores de cachaça de alambique do Brasil. E, ao reconhecer este fato, ouso a liberdade de tomar como nosso o editorial mais recente da revista da AMPAQ, assinado por seu presidente, Alexandre Wagner da Silva para embasar a nossa fala.
Nele o presidente da Ampaq faz seis perguntas, cujos temas pretendemos abordar. São elas:

1) Informalidade: até quando o Governo deixará sem solução o problema da produção, com 90% dos produtores de cachaça de alambique na informalidade?
2) Tributação: qual a justificativa para se tributar a cachaça de alambique em até mais de dez vezes o seu similar?
3) Mercado Externo: por que não se tem uma estratégia própria para o nosso produto, que possui características particulares, visando o mercado externo?
4) Lei das bebidas: por que a cachaça de alambique, um produto específico, típico do Brasil, não tem uma lei própria que a regulamente?
5) Cooperativismo: por que tantas dificuldades para a implantação do sistema cooperativista na cachaça de alambique?
6) Desenvolvimento tecnológico: por que a cachaça de alambique não merece, por parte de órgãos de ciência e tecnologia do País, tratamento adequado à sua importância histórica, econômica e social?
Vamos tentar respondê-las, começando pela questão do

Desenvolvimento Tecnológico

Este é o forum mais adequado para se discutir o desenvolvimento tecnológico do setor. A Fenaca acredita que estão aqui representados os mais variados grupos de trabalho, distribuídos pelas instituições de ensino e pesquisa do país. E, desta forma, como resultante das discussões que aqui serão travadas, certamente teremos definidos os rumos tecnológicos para cachaça de alambique.

Informalidade

O problema e a solução da questão da informalidade na cachaça de alambique são de conhecimento do Governo.
Ou o Governo assume o ônus social e econômico de fechar os alambiques informais – que todos sabemos onde estão – e tirar de cerca de 20 mil famílias da agricultura familiar o seu ganha-pão, ou assume o seu papel de criar as condições legais favoráveis aos que desejam produzir dentro da formalidade ou, ainda, incentivar e apoiar de forma decidida o cooperativismo no setor, inclusive resolvendo a questão junto à Receita Federal que impede, na pratica, a existência da produção cooperada na cachaça.

Tributação

A cachaça, bem como os demais destilados, tem a obrigação de arcar com sua responsabilidade perante a sociedade.
É de fundamental importância a realização de um censo nacional da produção e do consumo de bebidas alcoólicas no Brasil, insubstituível base científica para uma política pública do álcool.
A tributação sobre a bebida destilada deve incidir sobre o teor alcoólico e, mais que isto, incidir sobre a escala de produção, em sintonia com os apelos da Organização Mundial de Saúde, como ocorre nos demais países do mundo.
O mínimo que o setor espera do governo é a isonomia tributária, sob pena de exterminar a pequena produção de cachaça no país e ser responsabilizado por isto.
Não existem justificativas plausíveis para se tributar a bebida genuinamente brasileira de forma tão destrutiva e totalmente contrária ao movimento de valorização do produto.

Mercado externo

O Governo brasileiro continua sem reconhecer de forma devida o potencial de nossa cachaça de alambique. Um exemplo disto é a constatação de que a balança comercial brasileira, no que diz respeito ao comércio de bebidas alcoólicas, pende desastrosamente desfavorável ao Brasil, com a importação de bebidas alcoólicas e a importação de insumos para a produção de cerveja.

A cachaça de alambique tem especificidades que devem ser levadas em consideração em qualquer programa de exportações.


Para criar um ambiente favorável às exportações de cachaça de alambique é necessário:

- maior articulação e ação conjunta com as representações diplomáticas e comerciais no exterior, mesmo as das empresas privadas;
- informações consistentes sobre o mercado internacional de destilados, permitindo uma priorização fundamentada (afinidades lingüísticas, por exemplo: países de língua portuguesa, comunidade latina nos EUA, Mercosul, etc.), a busca simultânea do comercio intercooperativista mundial e do Comércio Justo (fair trade);
- análise qualitativa das exportação de cachaça, que permita identificar e corrigir distorções (caso do granel e do rum, que possui a mesma classificação – NCM 2208.40- da cachaça de alambique);
- valorização e ações junto às comunidades brasileiras no exterior, os imigrantes brasileiros, embaixadores naturais de nosso produto;
- articulação com projetos de outros setores que tenham vínculo ou afinidade com a cachaça;


Lei da Cachaça

Mais uma vez o governo deixa de cumprir o seu papel.
É questão obrigatória para todo e qualquer país a legislação adequada e compatível para seus produtos.
Não existe uma lei própria para a cachaça de alambique que viabilize a verificação e o controle de suas características específicas, a qualidade do produto, que valorize sua história e suas tradições.
Hoje, no Brasil, a cachaça de alambique é tratada dentro do arcabouço de uma lei ampla, que inviabiliza ações para a construção de uma política pública, fundamental para que a bebida brasileira possa se desenvolver, garantindo a inclusão social de seus 30 mil produtores.

Em nome da Fenaca agradeço a oportunidade de me dirigir a este Congresso, e espero que, no transcurso dos trabalhos, estes e outros temas pertinentes sejam discutidos e resultem na elaboração de um documento final com propostas de ações necessárias ao desenvolvimento do setor.

Murilo Albernaz

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Cachaça à distância

A Universidade Federal de Lavras – UFLA através do gerenciamento e coordenação
da Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão - FAEPE, possui a
modalidade de Cursos - Qualificação Profissional à distância, direcionados para pessoas que trabalham e não possuem disponibilidade de tempo para permanecer distante por longos períodos, mas que necessitam atualizar e incrementar seus conhecimentos na área profissional. Entre os cursos oferecidos pela UFLA está o de Produção de Cachaça de Qualidade.
A qualidade do curso é garantida pela eficiência da coordenação, pelo corpo docente
altamente qualificado e pela disponibilização de uma adequada infra-estrutura, sem falar na excelência da UFLA, com 100 anos de Ensino, Pesquisa e Extensão que vem contribuindo para a formação de milhares de profissionais em todo o Brasil.
Mais informações podem ser obtidas no seguinte endereço:
Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão - FAEPE
Setor de Extensão - Caixa Postal 3142 - CEP 37200-000 - Lavras-MG

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Concurso Cachaça de Minas

O Concurso Cachaça de Minas vai apontar as cinco melhores cachaças produzidas no estado no ano de 2009 nas categorias nova/descansada, armazenada/envelhecida e premium.
As inscrições estão abertas ao preço de R$ 350,00 (trezentos e cinqüenta reais) por marca. O Concurso é coordenado pela Universidade Federal de São João del-Rei, e conta com o apoio do Governo do Estado de Minas Gerais, através da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA). A cerimônia de lançamento do Concurso aconteceu no último dia 15 de abril, no auditório da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG) e contou com a presença de diversas autoridades e representantes do setor produtivo no Estado.
Mais informações podem ser obtidas no site: www.dacaf.com.br, pelos endereços: fenaca@fenaca.org.br; cmc@clubemineirodacachaca.com.br; ou pelos telefones: (31) 3481-5935 e (31) 3468-3084.

Dia da Cachaça Mineira

Como parte das comemorações do dia 21 de maio - Dia da Cachaça Mineira, criado em lei sancionada pelo ex-presidente Itamar Franco enquanto Governador de Minas, a Associação Mineira dos Produtores de Cachaça de Qualidade – AMPAQ, em parceria com outras entidades do setor, deverá homenagear personalidades que se destacaram no fortalecimento da cachaça no estado. Entre os cotados a serem homenageados, o deputado federal José Fernando Aparecido de Oliveira – autor da Lei e do Plano Nacional da Cachaça de Alambique – em tramitação no Congresso Nacional – e o ex-deputado e atual vice-prefeito de Belo Horizonte, Roberto Carvalho, autor da Lei que criou o Pró-Cachaça.

Congresso Brasileiro da Cachaça

De 20 a 22 de maio de 2009, acontece no Fiesta Bahia Hotel, em Salvador (BA), o II CONBRAC – Congresso Brasileiro da Cachaça. O Congresso reúne produtores, cientistas, técnicos e demais profissionais ligados ao universo da cachaça para um amplo debate sobre as tendências e os avanços tecnológicos do setor. A realização do II CONBRAC faz parte de um grande esforço das entidades ligadas ao setor produtivo, tendo em vista uma política pública para a cachaça, construída de forma ampla e participativa.
O Congresso é uma realização da Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (FENACA). Mais informações no site: www.congressodacachaca.com.br.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sobre o fumo e as incoerências tucanas

Reproduzimos abaixo o excelente comentário do blog Entrelinhas (http://blogentrelinhas.blogspot.com/2009/04/incoerencias-tucanas.html), que trata da questão da proibição do fumo.

"Um bom artigo sobre a lei antifumo do governador José Serra (PSDB) saiu na revista Época desta semana. Vale a leitura, até porque o autor é bastante sincero e avisa logo que é fumante.

Este blog defende uma posição bastante particular neste debate: assim como existe casa noturna com frequência exclusivamente gay (há também as tais GLS), deveria ser regulamentado um número determinado de "franquias" para restaurantes, bares e casas noturnas em que o fumo seria permitido. Digamos que 20% ou 10% dos estabelecimentos seriam livres para fumantes, com avisos na porta, bem claros – pode até ser uma caveirinha humana com dois cigarros acesos cruzados embaixo ou a cara feia do governador Serra, tanto faz. A proibição valeria para 80% ou 90% dos locais e os empresários que quisessem poderiam operar o nicho do público fumante sem maiores dores de cabeça. Quem não fuma tem seus direitos preservados - basta não entrar nos esfumaçados ambientes livres para o cigarro - e quem fuma pode se enfurnar entre seus companheiros de trago e de dor sem ser visto com uma espécie de ET.

É evidente que a lei do governador José Serra tem um viés totalitário – o texto chega ao cúmulo de proibir tabacarias de servir comida, o que não faz sentido: por que diabos o pessoal que curte um charuto não pode bebericar e petiscar entre uma tragada e outra? Por outro lado, também é verdade que a tendência mundial é mesmo a de restringir o direito dos fumantes. O blog concorda plenamente com a proibição em praticamente todos os locais públicos e privados fechados, à exceção de residências, mas considera que é preciso um pouco de bom senso em relação a locais em que o fumo é tradicionalmente utilizado, como bares e casas noturnas, em especial. A "cota para fumantes" resolveria esta questão com facilidade, sem prejuízo para os não fumantes. Abaixo, o texto de Ricardo Amaral publicado em Época.

Por que não proíbem logo fabricar cigarros?"

A lei antifumo de Serra não combate o cigarro: ela estigmatiza o fumante e envenena a sociedade

Ricardo Amaral

É difícil apontar o pior defeito da lei antifumo que o governador José Serra fez aprovar na Assembleia Legislativa de São Paulo. Ela consegue ser iníqua, demagógica e ineficaz ao mesmo tempo. Serve pouco ou nada para reduzir os males ou combater o vício do tabagismo, mas contribui, e muito, para fomentar uma histeria discriminatória que anda envenenando as relações sociais. Não é uma lei contra o cigarro. É só mais um instrumento, com o peso do Estado, para estigmatizar o fumante.

Vou logo avisando: fumo, desde os 15 anos de idade, uma quantidade razoável de cigarros por dia. Não menos do que 15, às vezes até 30 ou mais, depende. Ao longo dos anos, prejudiquei a saúde e o bem-estar de quem conviveu comigo em salas, gabinetes, redações – e, pasmem as novas gerações, também em cinemas, teatros, ônibus e aviões (em elevadores, só na Europa). O tempo do tabagismo selvagem e estúpido passou. Meu passivo hoje é com minha própria saúde e com a estabilidade emocional dos meus filhos, minha mulher e de todos que gostam de mim, apesar do cigarro. Não são poucos motivos para parar de fumar. Posso dispensar o concurso do governador e dos senhores deputados.

Se o leitor continuar disposto a considerar os argumentos de um fumante, mesmo suspeito de parcialidade, vamos a eles. Basta um teste simples para saber se uma iniciativa é realmente eficaz para reduzir o consumo de cigarros: conferir a reação dos fabricantes. A Lei Serra nem sequer fez cócegas na indústria do fumo. Os sindicatos dos hoteleiros e dos donos de bares e restaurantes é que anunciam ações judiciais contra a nova lei. Devem ganhar, mas vão pagar o desgaste de uma ação considerada politicamente incorreta. A indústria do cigarro só se mexe quando é atingida no cofre, pela elevação de impostos, ou no balcão, pelo controle dos pontos de venda.

Há um detalhado estudo sobre a relação entre impostos, preços e consumo de cigarros feito pelo economista Roberto Iglesias para a Aliança de Controle do Tabagismo no endereço http://actbr.org.br/uploads/conteudo/200_Precos-impostos-ACTBR.pdf. Ele demonstra como a indústria brasileira viveu os últimos dez anos num paraíso fiscal de tabacaria, sob o pretexto de combater o contrabando, e como essa política aumentou o consumo interno. Entre 1998 e 2007, o peso relativo do IPI sobre os cigarros caiu de 36,3% para 20,5%, enquanto o número de maços vendidos no país passou de 4,8 bilhões para 5,5 bilhões. Aumentar imposto e preço é também a forma mais eficiente de reduzir a adesão de jovens ao vício.

Nada disso é novidade para o governador José Serra. Ele enfrentou a indústria do fumo e lhe impôs grandes derrotas quando foi ministro da Saúde. Proibiu a propaganda de cigarros na televisão e nos carros de Fórmula 1, obrigou os fabricantes a estampar aquelas fotografias repugnantes nas embalagens, colocou o Brasil na vanguarda da prevenção contra os males do fumo. Trabalhei na equipe do Ministério da Saúde em 1999 e sou testemunha do antitabagismo sincero de Serra. E me recordo de ter convivido com um ministro tolerante. Serra tinha até cinzeiros em casa.

A lei pode estar inspirada em boas intenções, mas o resultado é uma violência – não só contra o fumante. Ela começa pela abolição do livre-arbítrio. A pretexto de garantir o direito da maioria, ela proíbe o exercício da racionalidade. O cidadão é considerado incapaz de decidir sobre o que pode ou não pode fazer em espaços privados. Provavelmente é essa lógica autoritária que define o erro seguinte da lei: o desobediente não sofre sanção alguma, no máximo será removido por força policial. O fumante torna-se inimputável, como os índios e os loucos. Por fim, a aberração mais perigosa de todas: as multas previstas na lei recaem sobre o proprietário, responsável ou preposto que tolerar o fumo em locais de uso coletivo. É a terceirização da pena pelo crime que outra pessoa cometeu.

A lei é perniciosa na forma e perversa nas consequências porque estimula a delação. Ela envenena a convivência, a pretexto de limpar o ambiente. Se o Estado quer mesmo combater o vício, por que não proíbe logo a produção de cigarros e dispensa uma arrecadação anual de R$ 6 bilhões em impostos?

Não sei aonde o governador José Serra quer chegar apagando cigarros pelas ruas de São Paulo. Se ele olhar em volta, verá que o ex-presidente Fernando Henrique corre o mundo defendendo a legalização da maconha.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Cachaça Mecânica

Para registro do Blog: uma música de qualidade, de um grande compositor e que coloca em sua obra a bebida nacional brasileira. É mais um registro da cachaça no cancioneiro popular.

Cachaça Mecânica
Erasmo Carlos
Composição: Erasmo Carlos/Roberto Carlos

Vendeu seu terno
Seu relógio e sua alma
E até o santo
Ele vendeu com muita fé
Comprou fiado
Prá fazer sua mortalha
Tomou um gole de cachaça
E deu no pé...

Mariazinha
Ainda viu João no mato
Matando um gato
Prá vestir seu tamborim
E aquela tarde
Já bem tarde, comentava
Lá vai um homem
Se acabar até o fim...

João bebeu
Toda cachaça da cidade
Bateu com força
Em todo bumbo que ele via
Gastou seu bolso
Mas sambou desesperado
Comeu confete
Serpentina
E a fantasia...

Levou um tombo
Bem no meio da avenida
Desconfiado
Que outro gole não bebia
Dormiu no tombo
E foi pisado pela escola
Morreu de samba
De cachaça e de folia...

Tanto ele investiu
Na brincadeira
Prá tudo, tudo
Se acabar na terça-feira...

Vendeu seu terno
E até o santo
Comprou fiado
Tomou um gole
João no mato
Matando um gato
Naquela tarde
Lá vai o homem...

João bebeu
Toda cachaça da cidade
Bateu com força
Em todo bumbo que ele via
Gastou seu bolso
Mas sambou desesperado
Comeu confete
Serpentina
E a fantasia...

Levou um tombo
Bem no meio da avenida
Desconfiado
Que outro gole não bebia
Dormiu no tombo
E foi pisado pela escola
Morreu de samba
De cachaça e de folia...

Tanto ele investiu
Na brincadeira
Prá tudo, tudo
Se acabar na terça-feira...

Prá tudo, tudo
Se acabar na terça-feira...(3x)


Para ouvir acesse:
http://www.youtube.com/watch?v=Sao5M_8tBvo

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Cachaça Gourmet

18 marcas de cachaça de alambique de qualidade, 12 restaurantes, a boa música popular brasileira e um público seleto de apreciadores são os principais ingredientes do Projeto Cachaça Gourmet, que tem início no próximo dia 14 de abril, a partir das 19:30 h, em Belo Horizonte.
O objetivo principal do Projeto é o resgate da culinária mineira típica à luz da utilização da cachaça de alambique. Nele, a cozinha mineira e a nossa cachaça de alambique, utilizadas de forma conjunta, resgatam nossas tradições para apresentá-las traduzidas em uma nova cozinha mineira, ou “NOUVELLE CUISINE”, como diriam os franceses.
Ao preço de R$ 50,00 o convite, o participante terá direito a prato principal, sobremesa, aperitivos e coquetéis diversos, água e refrigerantes, além das boas conversas que o ambiente vai proporcionar.
O Projeto tem a duração de seis meses e a primeira etapa envolve 05 restaurantes:
14/04 – Cervejaria Brasil
28/04 – Caminho da Roça
12/05 – Tradicionalíssimo
26/05 – Jardim de Minas
02/06 - Matusalém
Os convites podem ser adquiridos também no Clube Mineiro da Cachaça (rua Hermilo Alves, 308 – Santa Tereza – Belo Horizonte). Mais informações pelos fones: (31) 3468-3084 ou (31) 9181-2770.

Concurso Cachaça de Minas

No próximo dia 15 de abril, às 19:00 h, no auditório da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), acontece o lançamento oficial do Concurso Cachaça de Minas – Medalha Mérito da Qualidade. A cerimônia de lançamento reunirá produtores de cachaça, representantes do setor produtivo e autoridades, entre elas o Reitor da Universidade Federal de São João Del-Rei, Prof. Dr. Helvécio Luis Reis e o Secretário de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dr. Gilman Viana.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Leis que secam

Escritor mostra a ineficácia do proibicionismo desatrelado de políticas preventivas na relação álcool/motoristas

Uma análise fria das estatísticas revela que a chamada Lei Seca fracassou. Ao longo dos quase nove meses de vigência da proibição ao consumo do álcool pelos motoristas, a queda no número de acidentes, quando ocorreu, foi insuficiente para justificar o radicalismo da medida. Constrangimento, mistificação e partidarismo impedem que o fato seja reconhecido e examinado em suas reais dimensões.
É contraproducente usar os incontáveis males causados pelo álcool como escudo meritório da legislação. A questão foge do âmbito da saúde pública - onde, aliás, o proibicionismo jamais obteve resultados. Tampouco ajuda a reafirmar a óbvia importância de punir o motorista embriagado, mesmo que persistam críticas aos fundamentos técnicos da tolerância mínima e ao caráter autoritário desse tipo de norma.
A população já sabe que inexistem condições mínimas para uma fiscalização satisfatória. Ao contrário do que afirmam as autoridades, não há sequer dados confiáveis sobre outros fatores que provocam acidentes, como a falta de manutenção em rodovias e automóveis. As polícias preferem inspecionar a conduta dos jovens abonados, ignorando as vastas periferias urbanas e a gigantesca, tenebrosa malha rodoviária braqsileira, reduto dos verdadeiros assassinos motorizados.
Tudo isso resulta num placebo jurídico fadado ao descrédito geral. Milhões de novos bafômetros continuarão insuficientes enquanto faltarem políticas preventivas que envolvam investimentos em transporte público, melhorias nas estradas, exames específicos para motoristas profissionais de todas as categorias, qualificação policial e disseminação de vistorias sistemáticas, principalmente nas regiões mais vulneráveis.
A repressão obtusa é o refúgio da incompetência administrativa. Criminalizar substãncias e usuários apenas expurga as culpas de uma sociedade conservadora e assustada, nada mais. Tragédias independem de canetadas autoritárias.

(*) Guilherme Scalzilli, historiador e escritor. Autor do romance Crisálida (editora Casa Amarela). www.guilherme.sacalzilli.blogspot.com
Este artigo foi publicado originalmente na revista Caros Amigos, nº 144, março 2009.

terça-feira, 24 de março de 2009

Digitais da cachaça

Pesquisadores do Departamento de Química da UFMG usam nova técnica cromatográfica para identificar componentes presentes na cachaça


Técnica usada para análise de compostos voláteis, a cromatografia bidimensional abrangente foi empregada pela primeira vez por um grupo de pesquisadores da UFMG para estudar componentes, incluindo substâncias nocivas ao organismo, de cachaças produzidas no Brasil. O estudo foi desenvolvido pelos pesquisadores Zenilda Cardeal, professora do Departamento de Química do ICEx, e Patterson de Souza, recém-doutor pela UFMG, com a colaboração de Rodinei Augusti, também do Departamento de Química. Eles contaram com a parceria de Philip Marriott e Paul Morrison, do Royal Melbourne Institute of Technology (RMIT), da Austrália. Lá, a pesquisa, que relacionou 50 amostras da bebida brasileira, foi publicada no final de 2008 no Journal of Chromatography A.

A cachaça é a terceira bebida alcoólica mais consumida no mundo e vem ganhando prestígio e admiradores. A técnica permite, de um lado, identificar compostos nocivos presentes em proporções bem reduzidas no material analisado; por outro, serve para determinar o que distingue uma cachaça de outra: o tipo de madeira usado, o tempo de envelhecimento, as características da destilação, exemplifica Zenilda Cardeal.

O diferencial desse trabalho é o emprego de versão avançada da cromatrografia gasosa, a cromatografia bidimensional abrangente, ou simplesmente GCxGC. Enquanto outros processos de cromatografia comum identificam, no máximo, 30 componentes do aroma, com a técnica GCxGC é possível detectar centenas, informa Patterson de Souza.
Ele e Zenilda Cardeal selecionaram 100 compostos presentes nas amostras de cachaça para fazer a análise de dados. Ela funciona como uma degustação mais apurada, apontando qualidades e defeitos da bebida. "Com essa técnica conseguimos ter uma ideia da origem dos compostos e associar a informação com a qualidade do produto", afirma Patterson. Além de detectar os componentes, os pesquisadores também analisam características do sabor e do aroma relacionadas a cada etapa de produção da cachaça.
De acordo com Patterson, a escolha da cachaça para o estudo se deve à valorização dos aspectos artesanais envolvidos em sua fabricação, o que leva os produtores a desconhecerem aspectos químicos do processo. Nossa intenção é gerar informações úteis. Os estudos mostram como determinada alteração no processo de fabricação pode gerar um efeito benéfico para o produto, explica o pesquisador, que já trabalha em parceria com produtores na aplicação da técnica.

No ano passado, logo que Patterson retornou da Austrália, um fabricante do município de Salinas, no Vale do Jequitinhonha, um dos principais centros produtores de cachaça no país, procurou o pesquisador para saber qual seria o efeito provocado pela incorporação de uma resina de troca iônica à bebida. Ele queria saber se era interessante ou não usar a resina, e como usá-la, porque muitos alambiques de Minas a utilizam, só que um deles usa a resina e depois passa a cachaça pelo filtro de carvão, relata Patterson. A investigação analisou três amostras da cachaça: antes dela chegar à resina; depois do uso da resina e antes de passar pelo filtro; e depois do filtro. O resultado mostrou que a resina agrega uma substância à cachaça que não é benéfica, mas que, em certo momento, o filtro de carvão consegue retirá-la, conta Patterson, consultor científico da Associação Mineira de Produtores de Cachaça de Qualidade (Ampaq) e associado à Federação Nacional das Associações dos Produtores de Cachaça de Alambique (Fenaca).

Cromatografia avançada

Zenilda Cardeal, Patterson de Souza e a professora da Faculdade de Farmácia Leiliane Coelho André Amorim integram a equipe do Centro Mineiro de Cromatografia Avançada. O objetivo do Centro é institucionalizar o trabalho que desenvolvemos juntos, conta Patterson. Os dois primeiros pesquisadores estudaram na RMIT University, da Austrália, onde funciona o principal núcleo de Cromatografia Multidimensional do mundo. Já a pesquisadora Leiliane realizou suas pesquisas em Atlanta, nos Estados Unidos.

Apesar de dominar a técnica, a UFMG dispõe apenas do software que faz a análise de dados gerados pelo processo. Os equipamentos necessários existem apenas no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro, afirma Zenilda Cardeal. Segundo ela, o objetivo do grupo é montar na UFMG toda a infraestrutura necessária aos testes.(Fonte:UFMG)

quarta-feira, 11 de março de 2009

Senador quer Cide das bebidas alcoólicas

Medida pode contribuir para exterminar a pequena produção de cachaça no país

Passando mais uma vez ao largo dos interesses dos 30 mil pequenos produtores de cachaça e da sociedade de um modo geral, o Senador Garibaldi Alves, a pretexto de "combater o alcoolismo", quer aumentar, de forma generalizada, os impostos sobre as bebidas alcóolicas. Por que o Senador não segue a legislação do restante do mundo, que taxa as bebidas alcoólicas pelo teor alcoólico? Por que o Senador quer prejudicar ainda mais os pequenos produtores e, praticamente, tirá-los do mercado? Pois é isto que pode ocorrer com essa idéia de taxar, mais uma vez, de forma generalizada, as bebidas alcoólicas.
Os pequenos produtores de cachaça de alambique, taxados atualmente pelo valor de venda do produto, chegam a pagar até 16 vezes mais IPI que os grandes fabricantes. E não são os pequenos produtores, que têm menos de 5% do mercado de bebidas, os responsáveis pelo alcoolismo de parte de população. Veja a seguir matéria da Agência Estado.

"O projeto de lei que institui uma nova Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), a ser cobrada sobre a importação e a comercialização de bebidas alcoólicas, aguarda votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A proposição determina que a arrecadação do tributo financiará ações de controle do alcoolismo e de combate ao consumo excessivo da substância. Além disso, o autor da matéria, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), argumenta que a medida desestimulará o consumo dessas bebidas ao encarecer o produto.

Essa proposta (PLS 520/07) contém 13 artigos. No primeiro, define-se que serão consideradas bebidas alcoólicas aquelas com teor alcoólico entre meio grau Gay-Lussac e 54 graus Gay-Lussac. No segundo, atribui-se ao Tribunal de Contas da União (TCU) a responsabilidade pela fiscalização do uso dos recursos arrecadados - o órgão teria que elaborar um parecer anual a ser encaminhado ao Congresso Nacional e à Presidência da República.

O texto estabelece alíquotas progressivas para a nova contribuição, que aumentam conforme a gradação alcoólica do produto: 4º para teor alcoólico entre meio grau Gay-Lussac até 15 graus; 8% para teor alcoólico acima de 15 e até 30 graus; e 16% para teor acima de 30 e até 54 graus. A base de cálculo será o preço de venda no varejo (nas operações de comercialização) ou o valor aduaneiro da bebida (no caso das importações).

Isenção para exportações

A iniciativa de Garibaldi poupa as exportações brasileiras do pagamento do tributo. Em um de seus artigos, determina a não-incidência da contribuição sobre as receitas provenientes de vendas para o exterior. Em outro, isenta a receita decorrente da venda de bebidas alcoólicas para empresas comerciais exportadoras.

O projeto já recebeu voto favorável de seu relator na CAE, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que sugeriu algumas alterações por meio de três emendas. A matéria será votada nessa comissão em decisão terminativa.

Em uma das emendas, Crivella propõe a mudança da sigla do tributo: em vez de Cide-Álcool, conforme estabelece o texto original, ele sugere Cide-Bebidas Alcoólicas. O relator afirma que a sigla inicial pode ser confundida com a Cide-Combustíveis - que se refere à contribuição que incide, inclusive, sobre o álcool etílico.

As outras duas emendas visam incluir o tratamento de casos de dependência química de substâncias lícitas e ilícitas (ou seja, não se restringindo a bebidas alcoólicas) entre as ações financiadas com a arrecadação da nova contribuição.

Em seu relatório, Crivella alerta para o risco de que essa arrecadação - mesmo com a destinação fixada pela proposição e a fiscalização do TCU - seja contingenciada pelo governo federal, "a exemplo do que vem ocorrendo, seguidamente, com vários outros tributos, sobretudo os exigidos sob a forma de taxas" (o contingenciamento consiste no bloqueio de determinadas despesas previstas no Orçamento da União)".